Para refletir
Para refletir
Aproveite que chegou até aqui e crie a sua própria Moral das História abaixo que deixei para reflexão.
Luna era como um barco ancorado, há mais de 10 anos atracada no cais da loja de moda íntima onde trabalhava como vendedora de balcão. Conhecia o estoque de cabo a rabo, navegava pelas tendências da moda com facilidade, e tinha o raro talento de prever o gosto das clientes. Sua vida corria em maré mansa: morava perto do trabalho, o salário era o bastante para cobrir as contas – sem luxos, é claro. Chegava em casa, tomava um banho, e ancorava-se no sofá, frutas na mão, com a TV ligada, e sentia-se no porto seguro da rotina.
Nos dias de folga, navegava entre os programas de seu canal favorito, e a vida parecia perfeita, ordenada, pacífica. O apartamento de quarto e sala era seu barco, o trabalho, o cais, e sua vida, um mar calmo e previsível. Os dias se sucediam, casa-trabalho, trabalho-casa, num ritmo constante, sem grandes ondas.
Até que, numa manhã qualquer, Luna seguiu o curso de sempre e, ao chegar no cais, encontrou-o deserto. A loja estava fechada e uma placa enorme dizia: “DESCULPEM O TRANSTORNO, ENCERRAMOS NOSSAS ATIVIDADES POR MOTIVO DE FALÊNCIA”. O mar tranquilo de Luna, de repente, estava agitado, e seu barco, sem ancoradouro.
Como você se ver hoje? Ancorado? ou explorando águas novas?
Moral da história:
Quantas vezes acreditamos que nosso trabalho é algo seguro, um porto seguro, e nossa vida um mar tranquilo. Deixamos de explorar esse mar, perdemos a chance de conhecer novos horizontes, presos a certeza que nunca chegará ondas fortes em nossa direção. Que o mar será calmo para sempre?
Que vida estamos escolhendo levar? Uma vida parada como um mar sem ondas, sem surpresas, ancorados em padrões e comportamentos repetitivos? O que nos falta para navegar rumo ao crescimento pessoal? O que nos distrai tanto que deixamos de observar o tsunami de oportunidades se aproximando?
Tino e Dêncio eram dois amigos cansados de passar a vida trabalhando nas minas dos outros. Decidiram, então, buscar terras distantes onde pudessem garimpar por conta própria. Juntos, encontraram um pedaço de terra virgem, ainda não explorado, e dividiram meio a meio: o que fosse encontrado de um lado seria de Dêncio, e o que fosse encontrado do outro, de Tino. A regra era clara: o ouro seria de quem o encontrasse em sua própria parte.
No dia seguinte, começaram a cavar. Tino, com sua estratégia bem definida, acordava cedo e aproveitava o frescor da manhã. Quando o sol estava alto, trabalhava apenas nas áreas com sombra, poupando suas forças. Já Dêncio, ansioso e impulsivo, cavava sem critério, em qualquer lugar e de qualquer jeito, apressado para encontrar ouro a qualquer custo.
Com o passar dos dias, Tino mantinha o ritmo, chegando ao fim de cada jornada ainda disposto, enquanto Dêncio se exauria cada vez mais, quase adoecendo de tanto esforço. Tino, preocupado, aconselhava o amigo a moderar o ritmo, mas Dêncio, teimoso, respondia que Tino era muito relaxado e que ele, Dêncio, precisava trabalhar duro para encontrar sua fortuna.
Tino respeitava a decisão do amigo, mas continuava seguindo sua intuição. Um dia, ao focar seus esforços sob uma sombra que lhe parecia promissora, passou a manhã inteira no mesmo ponto, até que sentiu sua ferramenta encontrar algo sólido. Cavou com cuidado e, finalmente, descobriu uma generosa quantidade de ouro. Radiante, chamou Dêncio:
— Achei ouro! Tem o bastante para nós dois vivermos bem com nossas famílias pelo resto da vida!
Feliz, Tino reuniu o ouro em sua sacola e correu até o lado de Dêncio, insistindo para que ele dividisse a riqueza. Mas Dêncio, orgulhoso, recusou a oferta.
— Não, obrigado. Eu vou achar meu próprio ouro.
Tino tentou convencê-lo, mas Dêncio estava irredutível. Com saudades da família e satisfeito com o que tinha encontrado, Tino decidiu partir, deixando o amigo para trás.
Dias se passaram, e a frustração corroeu Dêncio. Ele amaldiçoou sua sorte por não ter escolhido o lado de Tino. Tomado pela inveja e pela obsessão, decidiu quebrar a própria regra. Quando Tino não estava mais lá para ver, cruzou a fronteira das terras e começou a cavar onde Tino havia encontrado o ouro. Cavou sem parar, sem comer, sem descansar, guiado apenas pela ganância. Cavou tanto que, num trágico momento, foi soterrado por um deslizamento.
Sem saber do destino do amigo, Tino, já longe, decidiu voltar para se certificar de que Dêncio estava bem. Ao passar pelo lado de Dêncio após uma noite de chuva intensa, avistou um brilho no solo encharcado. Ajoelhou-se e, para sua surpresa, encontrou uma quantidade de ouro três vezes maior do que a que ele havia encontrado em seu próprio terreno.
A moral da história é que, na ânsia de conquistar a riqueza rapidamente, Dêncio negligenciou o cuidado e a paciência que a verdadeira busca pelo ouro exige. Em vez de honrar o compromisso consigo mesmo, cruzou fronteiras, ignorou conselhos e cavou fundo demais, movido pela cobiça e pelo desespero. E foi soterrado não só por terra e pedra, mas pelos próprios erros. Enquanto isso, Tino, que seguiu sua intuição e respeitou os limites, encontrou mais do que ouro: descobriu que o verdadeiro tesouro está na sabedoria de saber quando parar, quando esperar, e quando se afastar do que não lhe pertence.
No meio da noite, uma voz sussurra no escuro, inquieta, perguntando sobre suas angústias.
Como é possível que alguém tenha te feito atrasar tanto? Como pode alguém ter te levado à tristeza? Como é que alguém te desviou dos teus objetivos? Como alguém pode ser tão cruel assim? Como pode alguém transformar sua vida em uma tragédia? Como é que alguém pode se esquecer de si mesmo tão completamente?
Como alguém tem feito todas essas coisas com você?
Ela revira na cama, exasperada, o coração pesado. "Eu quero olhar nos olhos desse alguém e dizer umas boas verdades", pensa, tentando calar a voz insistente para, enfim, poder dormir.
Moral da história:
Tantas vezes culpamos um "alguém" pelas nossas dores, fracassos e angústias, frequentemente não é uma figura externa. É um reflexo de nós mesmos, um eco das nossas próprias escolhas, medos e autossabotagens. Buscamos culpados no mundo lá fora, mas, na realidade, é dentro de nós que habitam os maiores desafios.
A voz que nos inquieta na noite é a nossa própria, clamando por um despertar, um reconhecimento de que somos os capitães do nosso destino. Encarar esse "alguém" é, no fundo, um convite para se olhar no espelho com honestidade e coragem, e tomar as rédeas da própria vida, ao invés de deixá-la à deriva nas mãos de um "alguém" imaginário.
É o momento de compreender que, muitas vezes, nós somos os únicos responsáveis pelas amarras que nos prendem e pela realidade que vivemos hoje.
Duas partículas de energia dialogavam sobre seus sonhos e ambições. Ene, serena e decidida, expressou seu desejo de se transformar em um imponente farol, firme e solitário em uma ilha remota no meio do oceano. Agar, com um riso provocador, zombou da ideia.
— Um farol? — exclamou Agar. — Que escolha sem graça! Ficar parado em um só lugar por toda a eternidade... Que falta de imaginação.
Ene, sem se abalar, retrucou:
— E você, que sabe tanto? O que pretende ser?
Agar, com a energia de quem quer conquistar o mundo, respondeu:
— Eu serei o vento, livre e indomável, presente em todos os lugares. Vou correr pelos vales, soprar nos picos das montanhas, brincar com as folhas e mergulhar nos mares.
E assim, as duas partículas seguiram suas jornadas. Ene tornou-se um majestoso farol, erguido em uma ilha solitária, brilhando forte e constante, sua luz cortando as trevas das noites mais escuras. Ele se encantava com as estrelas, companheiras silenciosas, e com o poder de sua luz que se estendia além do horizonte, guiando navios perdidos de volta ao porto seguro.
Agar, por sua vez, assumiu a forma do vento, leve e veloz, sempre em movimento, saltando de aventura em aventura. Ele dançava com as folhas no outono, brincava com as ondas do mar e se unia a outros ventos em uma sinfonia sem fim. Sua força era vastamente desconhecida, e num desafio numa noite de inverno, Agar e outros ventos do mar decidiram ver quem poderia erguer a maior onda, sem perceberem o perigo que criavam.
Na fúria de seu jogo, eles não notaram uma pequena embarcação nas proximidades, um barco carregando moradores em direção a uma ilha. Os ventos sopravam com tanta intensidade que o barco foi lançado de um lado para o outro, mergulhado em caos e medo. O capitão lutava em vão contra os elementos, sem conseguir controlar o barco ou ler os instrumentos, e a tripulação, apavorada, se viu à deriva, sem rumo e sem esperança.
Horas se passaram, e a noite parecia interminável. De repente, um grito ecoou pelo barco:
— O Farol! O Farol! Ele nos guiará de volta para casa!
E ali, em meio ao caos e à escuridão, a luz de Ene, constante e fiel, cortava o véu da tempestade, oferecendo direção e segurança aos que estavam perdidos.
A moral dessa história é que enquanto Agar, na ânsia de liberdade, esqueceu o impacto de suas ações e se perdeu em sua própria tempestade, Ene permaneceu firme, cumprindo seu propósito. No final, não é sobre o quanto nos movemos ou o quanto nos espalhamos pelo mundo, mas sobre a constância de sermos uma luz segura em tempos de escuridão. Algumas vezes, é a estabilidade e a dedicação a um propósito claro que fazem a diferença, mostrando que há um valor imenso em ser aquele que, pode até mesmo parecendo parado, ilumina o caminho para os outros.
Um caixeiro viajante despediu-se de sua família para mais uma longa jornada em busca de mercadorias raras e valiosas. Pelo caminho, ele colecionava itens únicos, preciosos e cobiçados, enchendo sua mala com os tesouros mais extraordinários. Após semanas de busca e com a mala abarrotada, sentia um estranho vazio, uma sensação de que algo importante ainda faltava.
Abrindo a mala, encantava-se com o brilho das mercadorias que havia reunido, mas em seu íntimo, desejava encontrar uma peça especial, aquela que não só traria satisfação plena, mas que também lhe proporcionaria ganhos extraordinários, permitindo-lhe abrir sua tão sonhada loja fixa e finalmente parar de viajar.
Decidido a retornar para casa, ele começou a viagem de volta, com a mala quase estourando de tão cheia. No caminho, fez uma pausa para almoçar e, como era de seu feitio, não resistiu a dar uma olhada nas mercadorias à venda em um pequeno mercado. De repente, seus olhos se iluminaram, o coração acelerou e ele sentiu um calor correr pela pele — ali estava o item que ele mais desejava, a mercadoria que poderia mudar tudo.
Entusiasmado, dirigiu-se ao vendedor para comprá-la, mas então percebeu que não havia espaço na mala para acomodar o novo tesouro. O vendedor, compreensivo, sugeriu:
— Deixe algumas de suas mercadorias aqui e depois você volta para buscá-las.
O caixeiro, porém, hesitou:
— Não, todas são necessárias. Cada uma delas tem seu valor e propósito.
Determinado, o caixeiro ponderou sobre a jornada. A viagem era longa, mas ele decidiu que se planejar para uma nova incursão seria a melhor solução. Voltaria em outra ocasião, preparado para carregar tudo o que seu coração almejava.
A moral da história revela que, muitas vezes, estamos tão carregados com as conquistas que acumulamos que não nos permitimos abrir espaço para o que realmente importa. O caixeiro, embora tivesse angariado inúmeros tesouros, precisou reconhecer que para alcançar o que realmente desejava, talvez fosse necessário deixar algo para trás, ou se preparar para um novo caminho. Às vezes, a verdadeira realização exige sacrifícios, reavaliações e, acima de tudo, a capacidade de discernir o que realmente é essencial para seguir adiante.
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